Um grupo de amigos começou a se reunir as ruas da Nova Holanda por causa da paixão em comum pelo Longboard/skate. Se reunir e dar rolés por todos os cantos da cidade. Da repetição desses encontros e desses rolés nasceu, em 2014, o coletivo Maré Longboard. "Nasceu na frente de uma creche comunitária. Nós parávamos ali para fazer debates e conversar sobre temas que quebravam a lógica social da favela, nos permitindo a criar nós mesmo nossos próprios pensamentos sobre o condicionamento de vida. Na idéia inicial que sempre foi se permitir em sair para dar rolés em outros lugares, já andavamos da favela para Madureira, todo domingo orla da Zona Sul, Praça XV, entre outros lugares que buscamos conhecer através do longboard e o estilo de vida por trás dele. Entre abril de 2014 e junho de 2015 a Maré foi ocupada pelo Exército, os moradores da favela resolveram fazer parte desse esporte por meio de mobilidade e transporte, já que as motos pararam de circular, começaram a tomar como opção as bicicletas, patins e o Longboard/skate. Assim como a ocupação do Exército, o fechamento da Avenida Brasil para as obras do BRT Trans Brasil, no início de 2015 que foi considerado por nós um Marco histórico para o Maré Longboard, rolou churrasco, todos os esportes, rolimã, patins, bambolê, pique pega e muitas outras brincadeiras que fizeram o total resgate das brincadeiras antigas no meio da Avenida Brasil. Entre vários rolés fora da favela resolvemos pensar em fazer um rolê dentro da favela, com isso começamos a pensar em como poderiamos atuar a favor do território, então pensamos em atuar dando aulas de longboard/skate na praça para as crianças, mas conforme eles aprenderam nos sentimos da necessidade de trazer um evento de longboard/skate para o território. Foi quando realizamos nosso primeiro evento ainda em 2015 com uma evasão absurda de participantes sendo atletas de skate e longboard, prestigiantes do evento, apoiadores e moradores. De lá pra cá, nós realizamos por meio de parcerias, cinco eventos beneficentes. Um dia não só com longboard/skate, mas reunindo, nas ruas da favela, grafite,batalha de mc's de rap, apresentação de poesia slam, oficinas de diversos temas e assuntos. A quinta edição chegou a contar com a apresentação de nomes da música, como o Ghetto Zn e MV Bill. Agora, estamos no processo de produção do 7° evento previsto para acontecer no dia 06/04 a partir das 10 horas da manhã.


No Momento o coletivo vive em processo de solidificação e estruturação. O programa mais atual é o "Maré Longboard nas Escolas", que duas vezes por semana oferece aulas teóricas e práticas em escolas da região.


Esta ação vêm por conta de uma demostração de reconhecimento desse trabalho de quatro anos do coletivo Maré Longboard que vêm dando frutos. O coletivo recebeu a doação de um imóvel , feita por um morador da própria Maré que é usado pelo grupo como espaço de consciência cultural e escritório. Aberto ao público, o espaço disponibiliza livros, filmes, brinquedos e jogos como damas, xadrez, dominó, uno, baralho, jogos criativos, instrumentos como flautas, gaita e violão.


Trata-se uma iniciativa de potencializar um espaço de construção cultural da juventude com oficinas de movimentos culturais de rua independente, com isso buscamos poder realizar oficinas de artesanato, de valorização da beleza negra, com trançadeiras, de teatro, violão, oficinas sobre temas que abordem a pluralidade dos saberes, visando que esses encontros rolem pelo menos uma vez no mês fortalecendo os coletivos convidados, o nosso território e que a partir disso o grupo de encontro cresca a cada reunião para troca e debate das novas, mas também das velhas idéias que nos trouxeram até aqui. Rola também uma ideia de futuramente proporcionar encontros/aulas de línguas em parceria com civis independentes.