Proposta: Organizar redes na Ilha do Governador, que é uma ilha localizada no lado ocidental do interior da Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, onde residem cerca de 360 mil habitantes. O intuito deste projeto piloto é estimular a visitação de jovens e adultos aos centros de ciência e museus do Rio de Janeiro. Queremos incentivar os “rolezinhos” nos museus (diminutivo de rolê ou rolé, gíria brasileira, significa "fazer um pequeno passeio com um grupo de amigos" ou "dar uma volta"), que ganharam notoriedade na mídia em 2014, quando jovens adolescentes das periferias urbanas, começaram a promover encontros em Shopping Center e ganharam visibilidade nacional e internacional, frente aos habituais frequentadores. Notamos que, os museus necessitam desses “rolezinhos”, não só por serem espaços de toda a população, mas por serem limitados a uma delimitada parcela da população, sendo subutilizados e frequentados por uma minoria da população. Todos devem ter acesso à cultura, à ciência e à educação.

Problematização: A distribuição de centros de ciência e museus, possui como uma de suas características a centralidade da sua localização. De forma geral, espaços como museus estão localizados em regiões centrais e nas principais cidades de um Estado, como ocorre no Rio de Janeiro, onde estes espaços estão centrados na cidade do Rio de Janeiro e nas regiões Central e Sul. Os índices de visitação em museus no Brasil, são muito baixos devido a fatores como falta de hábito do brasileiro em frequentar esses locais e, além disso, a distância e falta de divulgação desses espaços para o grande público. Locais nas regiões periféricas, do Rio de Janeiro, como a Ilha do Governador sofrem da escassez desses equipamentos públicos. Recentemente a população brasileira perdeu um de seus maiores bens patrimoniais e culturais, o Museu Nacional, que foi tomado por um incêndio, que levou boa parte da história do Brasil. Não podemos nos eximir de culpa pelo incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, pois é culpa de toda a sociedade. Este é um bom exemplo da falta de cuidado e da relação mais próxima entre a sociedade e esses espaços, o Museu do Louvre, que fica na França, por exemplo, recebia mais visitantes brasileiros, que o próprio Museu Nacional. O Museu Nacional do Rio de Janeiro perdeu 90% de seu acervo em um incêndio que varou a noite do dia 2 de setembro de 2018. As chamas devoraram quase 20 milhões de artefatos da construção bicentenária, reduzindo a cinzas espécimes botânicas e zoológicas, ossadas de titânicos dinossauros e também inventários únicos da cultura de populações indígenas e africanas originárias. Assim, observamos que deve existir um esforço social maior para inserir educação patrimonial e cultural de qualidade e atuante, desde cedo, na escola, por exemplo. Assim, cresceríamos sabendo por que é importante preservar nosso passado, pensar no nosso presente, entender o nosso futuro, e valorizar nosso território e nossa arte, seja em que parte do Brasil for. Somos um país imenso e diverso, com muitas diferenças e semelhanças entre nossas regiões, e por isso, cada estado, cidade, bairro é único e deveria se mobilizar para entender e cuidar da sua história, para que se sinta valorizado e respeitado.

Objetivo geral: Promover redes a partir de instituições de ensino, movimentos sociais, ONGs entre outros atores para a promoção e visitação do público em geral, aos centros de ciência e museus da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, assim como a capacitação de atores sobre práticas e conceitos de cidade educadora potencializando o capital social do público excluído do cotidiano dos espaços de ciência.

Objetivos Específicos: Contribuir para a divulgação dos espaços não formais de ensino, como museus e centros de ciência; Contribuir para a construção de uma cultura científica na população; Colaborar para a melhoria da sociedade, a partir da compreensão da importância da ciência e da divulgação científica; Resgatar o interesse da população por espaços não formais de ensino; Estimular e desenvolver atividades de inserção da população em espaços como museus; Oferecer uma experiência construtiva e gratificante e, assim estimular o interesse por museus; Realizar um mapeamento dos museus e centros de ciência existentes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro; Criação de um guia de museus e espaços de ciência nas redondezas da Ilha do Governador; Introduzir o conceito de cidade educadora, para além do espaço escolar; Mobilizar profissionais de divulgação científica, museologia entre outros para a criação de redes.

Impacto social: Em relação ao impacto social, pretendemos com a construção desta rede, trazer novas e velhas audiências para os museus e espaços de ciências. O papel principal do museu, na sociedade, é informar e apresentar a herança cultural de um povo. É de extrema relevância incentivar a criação de espaços que promovam diálogos que contestem, mostrem, despertem novas atitudes e repassem informações ao cidadão a respeito das transformações e manifestações culturais e sociais ocorridas em seu ambiente. Os museus nem sempre estão próximos da população, tanto geograficamente, como na memória. Museus precisam da participação da população para continuar educando e inspirando pessoas. Museus e centros de ciência ajudam a trazer mudanças e desenvolvimento para as comunidades, inspiram e fornecem uma maneira efetiva de aprender. Quando o jovem é incentivado a expandir seu modo de ver, de se expressar e de se comunicar através do que está sendo apresentado a ele, tanto nos museus quanto dentro de uma sala de aula, torna-se um cidadão capaz de se conhecer e se reconhecer dentro da sociedade de uma forma muito melhor.

Acompanhamento e difusão: Todas as atividades contarão com instrumentos de avaliação e acompanhamento, no intuito de monitorar o desenvolvimento da rede entre os participantes do projeto. A disseminação de metodologia transdisciplinar ocorrerá a partir da participação de profissionais voluntários (museólogos, historiadores, etc), professores entre outros.