Nosso coletivo se entende como um movimento artístico-cultural de ativação local na metrópole do Rio de Janeiro. Na busca de alguma definição de movimento encontramos uma descrição interessante no artigo ABORDAGENS TEÓRICAS NO ESTUDO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA da Maria da Glória Gohn :


"O movimento social, como um sujeito social coletivo, não pode ser pensado fora de seu contexto histórico e conjuntural. As identidades são móveis, variam segundo a conjuntura. Há um processo de socialização da identidade que vai sendo construída. Compartilhamos a idéia de Hobsbawm quando afirma que as identidades são múltiplas, combinadas e intercambiáveis. Ao contrário da política de identidades construídas pelo alto, usualmente de forma homogênea (nos termos criticados por Fraser, 2001), a identidade política dos movimentos sociais não é única: ela pode variar em contextos e conjunturas diferentes. E muda porque há aprendizagens, que geram consciência de interesses. Os sujeitos dos movimentos sociais saberão fazer leituras do mundo, identificar projetos diferentes ou convergentes, se participarem integralmente das ações coletivas, desde seu início, geradas por uma demanda socioeconômica ou cultural relativa, e não pelo simples reconhecimento no plano dos valores ou da moral."


Apesar de não nos considerarmos um movimento de amplo impacto, entendemos que a estrutura e experiência que pretendemos criar e fortalecer o senso de pertencimento dos habitantes locais com o seu território, que é exatamente o que um movimento social faz. Dessa forma não há a intenção de produzirmos um evento formatado, tendo em vista que cada localidade tem necessidades e perfis diferentes, sendo um processo de construção a criação de intervenções em cada lugar.

A primeira edição vai aconteceu dia 19 de Janeiro de 2019 na quadra Raízes da Tijuca no Salgueiro, como trabalho final do Lab.IU (Laboratório de Intervenções Urbanas) do Oi Kabum! (projeto educacional do Oi futuro). Nessa edição criamos um ambiente que mistura arte e tecnologia junto de atividades infantis e músicos locais. O evento aconteceu em uma única tarde de sábado, com instalações 3D e projeções mapeadas.

A segunda edição do movimento VMLH tem a intenção de ser feita em Niterói, com uma proposta diferente. No salgueiro percebemos que o local é um lugar já muito ocupado pela população e a nossa intervenção teve a intenção de produzir uma experiencia diferente a partir do uso da tecnologia. No caso de Niterói pretendemos fazer no CCPCM (Centro Cultural Paschoal Carlos Magno), que é um Centro Cultural subutilizado pela população residente no entorno. O CC é público e se encontra dentro da um parque (Campo de São Bento), na esquina das Ruas Lopes Trovão e Av. Roberto Silveira, sendo local de alta densidade populacional e fluxo de pedestres. A proposta de instalação é um inflável vermelho feito de plástico (Técnica adquirida em Workshop da Penique Productions), com a possibilidade de ingresso dentro da instalação e com iluminação interna. Devido a localidade o inflável ficaria visível por boa parte dos transeuntes, principalmente à noite quando a iluminação Natural cessa e seria possível ver a iluminação do parque junto da instalação vermelha. O tempo de duração do inflável não é longo, mas com o cuidado necessário alcançaria até 2 semanas sem a possibilidade de ingresso de pessoas na instalação. Uma solução é deixar o ingresso apenas para o último dia, quando o impacto visual urbano seria alcançado e finalizaria com a experiência imersiva.